Uma grande operação da Polícia Civil, Gaeco, Denarc cumpriu mandados contra uma organização criminosa baseada no Paraná e que atua em outros estados do Brasil, na manhã desta quarta-feira (19).
Foram cumpridos 92 mandados judiciais nas cidades de Toledo, Cascavel, Pato Bragado, Marechal Cândido Rondon, Capitão Leônidas Marques e Capanema, no Paraná; Balneário Camboriú, em Santa Catarina; Ribeirão das Neves, em Minas Gerais; e nos municípios de São Paulo e Rio de Janeiro.
A organização criminosa atuava na distribuição de drogas que saíam do Paraná e tinham como destino os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Dez pessoas foram presas e endereços ligados aos suspeitos foram alvo de busca e apreensão. A Justiça ainda determinou 37 bloqueios de contas bancárias e 17 medidas cautelares sobre automóveis.
Segundo a Polícia Civil, os chefes da organização criminosa ostentavam padrão de vida elevado, com apartamentos e casas milionárias, viagens, carros luxuosos e veículos aquáticos. Em quatro anos, a organização movimentou mais de R$ 100 milhões por meio de dinheiro em espécie e transações bancárias feitas em contas de "laranjas".
Entre os investigados está um policial civil de São Paulo, que teve a prisão preventiva decretada. Ele foi alvo de um ataque com disparos de arma de fogo em 29 de maio de 2024, em Marechal Rondon. O policial civil sobreviveu, mas a outra pessoa que estava com ele acabou morrendo.
Um dos alvos é um premiado jornalista e proprietário de jornal digital no Rio de Janeiro, suspeito de ser o responsável pela contabilidade e gerência das contas bancárias. Um alvo de naturalidade paraguaia é procurado pela Polícia Federal no país vizinho.
INVESTIGAÇÃO
Na primeira fase da operação, denominada "Carga Fria", deflagrada em agosto de 2023, foram presas 15 pessoas, apreendidas onze armas de fogo e sequestrados aproximadamente R$ 25 milhões em bens móveis, imóveis e dinheiro.
Como um dos alvos pode estar no Paraguai, também participam da Operação a Polícia Federal, através do Núcleo atuante no país vizinho, e o Centro Integrado de Operações de Fronteira (CIOF) de Foz do Iguaçu.
A investigação, de alta complexidade, iniciou em março de 2023, com a apreensão de cerca de duas toneladas de maconha em um fundo falso de caminhão frigorífico. Com as investigações, identificado um dos locais usados para armazenamento da droga, onde, durante cumprimento de buscas, foi localizado um bunker, sob um chiqueiro de porcos, um segundo caminhão frigorífico com fundo falso, homiziado na mata, além de grande quantidade de munição de fuzil.
A escolha de caminhões com cargas frigorificadas advém da dificuldade de fiscalização destas, já que o rompimento do lacre pode comprometer todo o produto. Durante as investigações, foram apreendidas quase sete toneladas de maconha, avaliadas em cerca de dez milhões de reais.
A movimentação milionária do grupo criminoso ocorria através de dinheiro em espécie e de contas bancárias abertas em nome de interpostas pessoas, físicas e jurídicas. Investigações apontam que a organização movimentou, em cerca de quatro anos, mais de cem milhões de reais.
