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COTAÇÃO ELEVADA

Grãos devem permanecer com preço recorde no ano de 2022

Como consequência desses preços dos grãos, o custo das carnes de frangos e suínos, do leite e dos bovinos aumentou drasticamente.

Publicado em 25/03/2021 às 08:56

(Foto: Jaelson Lucas/AEN)

Quando o assunto é commodities agrícolas, o diretor-presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, diz que uma conjunção de fatores levou aos recordes de preços, os quais, na opinião dele, provavelmente permanecerão nestes moldes no ano de 2022. “O agravamento da pandemia e o alto valor do dólar têm puxado as cotações dos grãos para cima. Se o mercado interno não absorver os altos custos principalmente da soja, que subiu em 12 meses 95% e o milho 80%, o mercado externo, que está extremamente comprador, o fará. Na bolsa de mercadoria de commodities de Chicago, que serve de base para os preços internacionais, entre março de 2020 e março de 2021, a soja subiu 65% e o milho 50%. Nesse mesmo período, o dólar em relação à moeda brasileira subiu 21%”, compara.

Como consequência desses preços dos grãos, o diretor-presidente da Coopavel menciona que aumentou drasticamente o custo das carnes de frangos e suínos, do leite e dos bovinos terminados em confinamento. “Por isso, será inevitável o repasse dos custos ao mercado consumidor. É uma adequação à realidade. Inicialmente, as agroindústrias e os pecuaristas estão administrando”.

Grolli ressalta que a cadeia de integração da agricultura e pecuária tem que ter sintonia. “No segmento não há ganhador somente de um lado da cadeia. Como o mercado e os preços são regulados pela oferta, a tendência a médio e longo prazos é de equilíbrio dos valores de mercado, com aumento do valor das carnes e seus derivados”, salienta.

Nesse contexto, o diretor-presidente da Coopavel afirma que há boas perspectivas para o agronegócio brasileiro para os próximos anos. “Além da disponibilidade de áreas para aumento de produção, sempre de acordo com a legislação brasileira e preservação do meio ambiente, temos grandes oportunidades com as novas tecnologias de aumentar a produtividade”, expõe.

POTENCIAL DE CRESCIMENTO

Conforme Grolli, o Brasil produzirá em 2021 a soma de 263 milhões de toneladas de grãos e 30 milhões de toneladas de carnes. Para o ano de 2030, segundo ele, a produção de grãos chegará a 400 milhões de toneladas e a produção de carnes chegará a 50 milhões de toneladas. “Também em 2020, o agronegócio brasileiro foi positivo 2,1%, e foi o único segmento da economia que cresceu. Em 2021, o crescimento será maior e o valor bruto da agropecuária ultrapassará R$ 1 trilhão”, enaltece, acrescentando: “Temos muitas oportunidades no agronegócio brasileiro e vamos impulsionar também o comércio, as indústrias e a prestação de serviços. Isso quer dizer que temos o desenvolvimento do agronegócio que impulsiona toda a economia brasileira”.

Em relação às exportações brasileiras do agronegócio em 2020, o líder cooperativista diz que ultrapassaram US$ 100,8 bilhões e as importações totais do agronegócio foram de US$ 13,5 bilhões. “Por isso, o superávit de US$ 87,7 bilhões foi grande e importante”, pontua.

Ele parabeniza os produtores rurais brasileiros. “O mundo reconhece o valor do trabalho do homem do campo. Somos a quarta potência mundial na produção de alimentos, atrás da China, Índia e Estados Unidos, mas o segundo maior exportador. O Brasil é o país que tem o maior potencial de crescimento da produção e das exportações”, enfatiza.

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