Portal da Cidade Santa Helena

crise

“Discórdia é maior do que nunca” diz Enio Verri sobre impasse com Paraguai

O Paraguai pretende aumentar 25% o preço da energia vendida ao Brasil, o que geraria aumento de tarifa, algo que o governo brasileiro quer evitar

Publicado em 01/02/2024 às 15:46

(Foto: Sara Cheida/Itaipu Binacional)

O Diretor Geral do lado brasileiro da Itaipu, Enio Verri, falou pela primeira vez publicamente sobre o impasse entre Brasil e Paraguai nas negociações pela energia excedente da Binacional. Para Verri, Discórdia é a maior em 50 anos.

Atualmente o Brasil paga U$ 16,71 por kilowatt (KW). No entanto, o Paraguai pretende aumentar para U$ 20,75, cerca de 25% a mais, o que geraria aumento de tarifa para os brasileiros, algo que o Brasil quer evitar. Nos bastidores a situação é considerada uma crise diplomática.

“Energia de qualidade e barata é inclusão social para as pessoas poderem ter energia em casa, conseguir pagar sua conta de luz. Não podemos ter uma energia cara. Nossa discordância é que o Paraguai, em vez de baixar o preço da energia porque não temos mais dívidas, quer subir o preço. Ora, nós achamos que não é justo, o presidente Lula entende que não é justo”, destacou Verri.

A fim de pressionar o Brasil pela negociação, o Paraguai trava o orçamento da Itaipu desde o fim do ano passado. Os salários dos funcionários, tanto brasileiros, quanto paraguaios atrasou no fim do ano passado e no início deste ano. Porém, o lado brasileiro fez os pagamentos após uma decisão judicial. Baseados na decisão judicial que determinou o pagamento dos salários dos brasileiros, através de uma nota encaminhada ao Diretor Geral Paraguaio, os sindicatos pediram tratamento isonômico e os trabalhadores do país vizinho também receberam seus salários.

“Infelizmente, o Paraguai escolheu radicalizar, ao invés de continuar a vida normal da empresa e construir um acordo como já foi feito antes”, criticou o diretor brasileiro. Discórdia é maior do que nunca" pontuou.

Por outro lado, Verri acredita que o impasse deve ser resolvido ainda em fevereiro. "A hidrelétrica é a principal fonte geradora de recursos aos cofres públicos no país vizinho. “É óbvio que eles vão precisar desses recursos, como nós precisamos, e creio que no mês de fevereiro tudo estará resolvido e os investimentos estarão caminhando normalmente”, projetou Verri.

O contrato de Itaipu prevê que Brasil e Paraguai dividam a energia produzida em 50% para cada lado. O país vizinho utiliza apenas 17% de tudo o que produz e o restante vende para o Brasil, único possível comprador pelas regras vigentes. Porém, o presidente paraguaio Santiago Peña pretende alterar essa regra no novo acordo. Ele quer que o país possa negociar com quem pagar mais.

Fonte:

Deixe seu comentário